Família à “distância”.
A vida é uma correria, pelo menos para mim, são as horas a passar, a correr, a acabar, a começar e zás já passou o dia... Enquanto, estamos neste vai e vem ou nestes verbos infinitos e damos o nosso melhor cruzamo-nos com imensas pessoas e de tanto passarmos por elas em diversos sítios também vamos notando as suas presenças como ausências. Presença chama-nos qual o dia da semana próximo ou longe do fim de semana ou outro género de pensamento. Ausência também nos ocorre que algum nos disse ou ouvimos. Pouco a pouco os verbos infinitos vão fazendo sentido do ocaso para o óbvio. A certa altura já nos sorrimos das piadas, esmorecemos das desgraças, partilhamos algum em comum e é na paragem de autocarro, no emprego, num constante ida às compras, idas de férias ou ida para qualquer outro lugar. Damo-nos a ter uma “série de famílias”. “Família do emprego”, “nas paragens”, “dos transportes”, “de algumas idas às compras”, … Atrevo-me até dizer que, dentro destas “famílias” quando não nos falam, falam-nos mal, ignoram-nos, esquecem-nos, …sem queremos ferem-nos, atingem-nos e magoam-nos. Basta uma mudança na nossa vida ou emprego, transporte, um atraso ou adiantamento, …para que ganhemos ou percamos de vista alguém que até nos ignorou, magoou-o ou reconheceu a nossa amizade.