A palavra “saudade” acentua-me mais nesta época do ano com o natal. Saudade de chegar a casa no último dia de aulas e já receber o aroma do azevinho, da velinha, a cera nos móveis, o pó tirado de tudo quanto é sitio, o contrataste do frio de lá de fora com o quentinho do aquecedor a gás, a carpete limpa que até a fibra ou a lã desta se eriça, o brilho do chão de madeira encerado me encadeia quando a porta se abre e o raio de sol espreita, o tacho lavado e preparado para o bacalhau, legume ou batata, o fogão sem nenhuma gota de gordura para o gorduchinho perú que vai ter lotação esgotada, o musgo a enquadrar nas figuras principais do presépio mais as estrela cadente e à espera dos três reis magos (Belchior, Baltazer e Gaspar) com as prendas ouro, incenso e mirra para o menino Jesus, a enorme àrvore de Natal (puro e enorme mas aromática) com as fitas e bolas numa simples decoração no seu vaso pré destinado com as muitíssimas prendas de papel farto e variadas formas. O natal dos hospitais com o Sr.º Feliz e o Sr.º Contente, Marco Paulo, Roberto Leal, os palhaços, Àgata, Amália Rodrigues, António Calvário, Duo Ouro Negro, Carlos Paião, Cândida Branca Flor, Simone de Oliveira,…entre outros. Os apresentadores eram Eládio Clímaco, Carlos Cruz, Carlos Ribeiro, Helena Ramos, entre outros também. E, no final o Coro de Santo Amaro de Oeiras. prendas dadas às mãos cheias mas que me atrevia a ter pena de não ter recebido livros, mesa farta mas tudo ao premenor e indispensável. Mais um ano se passou.
Que desilusão quando comprei o livro “Escrito na àgua” da Paula Howkins. Desculpem e me perdoem àqueles que, gostaram ou mesmo adoram o livro. Para eu não ser incrivelemente chata digo que não é o meu tipo de leitura, pois nada me prende, é tudo destursido no tempo e quando finalmente, compreendo, o prncipio de um capítulo vem o final e é a desilusão completa. São pedaços de texto que me vão pondo por ordem distorcida e que se enfileira obrigando-me a relembrar de acontecimentos muito pouco vagos. Não lamento por completo o livro que com esforço li, compreendi e que conclui a meu modo que tinha podido ler os, vá lá, 5 últimos capítulos para compreender o livro. Ainda bem que hà livros para todos os gostos.
Eu, quando começo a ler um livro tenho um ritual que me ajuda a programar o tempo de quanto dura e as metas de chegar até ao final do um livro. Lembro-me muito vagamente que havia uma pessoa da minha família que assinava os livros dele, quando os comprava, sempre no n.º de página do livro. Agora perguntarme-ão se, ”-Então, se o livro tivesse menos páginas que o n.º da página que essa pessoa costumava assinar?” Responderei que não faço a mínima ideia de como era. Mas continuando...estava eu a dizer que tinha metas para chegar ao final dos livros que é, ponho uma marca (post-it pequeno) do n.º na página do meio do livro (ex. livro tem 344 e ponho a marca na página 172) e depois subdivido por 2 essa metade e assim oriento-me até chegar ao final do livro. São as minhas manias. Boas leituras.
No final de cada ano algumas pessoas, plameiam isto e aquilo, que vão, que acontece, que dizem, que pensam…enfim com a melhor das intenções. Mas quando o ano acaba todos os ditos planos ficam por metade ou nem isso. Será que é por verem o “fim da meta” de mais um ano? Será que é para ficar mais aconchegado o cérebro? Será que é para “nos” convencermos que alguma coisa não ficou feita, que agora é que é desta vez ou será para nos chamarmos a atenção que poderia fazer mas que porque algum motivo não se chegou lá? “Ses” à parte ou “adiamento” à parte, eu no próximo ano gostaria…ou melhor nos próximos anos gostaria de ler livros como: IsabelAllende – A casa dos espíritos; Isabel Stwill – D. Teresa; Dinah Jefferies – O plantador de chá; LesleyPearse – Uma mulher em fuga; Duas mulheres, dois destinos; Ken Follet – Trilogia (O inverno no mundo; No limiar da eternidade; A queda dos gigantes);...e outros viram.
Nunca requisitei ou nunca tive necessidade de requisitar livros a uma biblioteca municipal. Já me inscrevi para ter o cartão da biblioteca e tudo. Quando essa ideia que vem à cabeça apoderasse-me um stresse ou uma ãnsia que me faz esmorecer os possíveis interessantes livros que eu quero ler. E são tantos!!! Já me informei que poderei fazer duas requisições seguidas depois de não sei quantos dias mas, mesmo assim “estou nervosa”. Assim aproveito agora uns diazinhos de descanço para provar a mim mesma que poderei-me sair bem. Será que a biblioteca aceitará requisições por estar perto do natal e ser o recomeço de um outro ano? Se calhar é mais um “se” para eu adiar a minha iniciativa mas, quero taaaaaanto!!!