Um dia de trabalho
Ouvesse o clicar do rato, o bater da tecla do computador, o som moderado da telefonia que ora toca a música ou vomita palavras mais tristes do que alegres, o som da régua que parece um estalar da palmas secas, a folha harmónia que acenta na mesa, outra vez o rato mas frenético acompanhado pela sacudidela do fio e do toque mais profundo no teclado. Toca o telefone, que nos diz que é dia de atender chamadas. Os e-mails surgem a olhos vistos, são respondidos consuante as urgências ou não. Está em espera, ligue mais tarde ou por um pouquinho que seja para deixar ir ao wc, já respondi ao seu e-mail ou envie-me um. Afinal, nem todas são urgentes mas também não são para deixar de ligar. A máquina do café funciona dando estalos mas com o único objetivo que é café quente com colher e açúcar. O aroma deste ocupa o H2O que enche desde o nariz e vai planar no estômago para lembrar, a algumas, a verificação do almoço. A tempo ou não todos almoçam. Paseata na quinta com a cadela mais linda do sítio como mau tempo ou não mas vale a pena o sacrifício pois esta merece e a paisagem é TOP. A tarde é longa e bastante comprida. O teclado, o rato, a folha, a máquina, e outra…tudo faz parte desta rotina do dia-a-dia. O telefone é quando em vez e tem que ser hora mais ou menos marcada, um suspiro que nos diz que para parar ou fazer uma pausa. Atirasse alguma notícia que se vê na hora e que nos parece que tenha interesse para alguém. Depoi, depois vem a graça engraçada que nos transporta noutro comentário. Notícia triste comentário ansioso e notícia alegre anedota ou boa malandrice à mistura. Lanche surge alguma coisa doce de partilha pois é mais forte que qualquer um. Quase que não há toque de telefones, vê-se as horas e motivamo-nos para mais um pouco desde as 8h e tal 9h. Segue-se mais uma ida aos wc’s com larachas de colegas de outros gabinetes. As horas a continuar a passar. Cada um acaba o seu dia e o “by” “by”, “até amanhã” ou “adeus”. Fica o espaço vazio para no dia seguinte ser o vai e vem outra vez.